Por Emanuel Leite Jr.
O esporte de alta competição há muito que tem sido usado como uma ferramenta tanto ideológica quanto diplomática. Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita têm plena consciência do potencial do soft power e da diplomacia do esporte. E isso se evidencia em seus documentos estratégicos Qatar National Vision 2030, UAE Vision 2021 e Saudi Vision 2030. Quando vemos manifestações do tipo “o melhor sheik do mundo”, “meu rei” ou agradecimentos a Nasser Al-Khelaifi por não alinhar com a Superliga Europeia, percebemos como os esforços destes países, apesar dos contratempos inerentes a estas medidas, têm surtido os efeitos pretendidos. Ou, simplesmente, vemos na prática a capacidade de convencimento do futebol.
O poder, como coloca Joseph Nye, “é a habilidade de influenciar as outras pessoas para se conseguir os resultados que se deseja”. Isso pode ser obtido através da força – das armas ou econômica – ou da atração. Para explicar esta capacidade de consentimento, Nye cunhou o termo soft power em que, resumidamente, os resultados almejados podem ser conseguidos através da persuasão. Recorrendo a Gramsci, podemos dizer que soft power nada mais é que um instrumento de disputa pelo exercício da hegemonia, seja para a conquista ou manutenção do domínio, seja em busca do reconhecimento e legitimidade. Afinal, como a perspectiva gramsciana nos ensina, o consenso nasce do prestígio, ou seja, da confiança, e o soft power é exatamente uma forma de construir e gerir reputações.
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